Parlamento do Iraque pede a governo que encerre atividades de tropas estrangeiras no país

Parlamento iraquiano faz sessão em que aprovou pedido para governo encerrar presença de tropas estrangeiras no país — Foto:  Iraqi parliament media office/Reuters
Estados
Unidos anunciaram suspensão das operações da coalizão contra o Estado Islâmico.
Decisões vêm dias depois que um ataque dos Estados Unidos matou o segundo homem
mais importante do Irã, o general Qassem Soleimani, em Bagdá.

O
Parlamento do Iraque aprovou, neste domingo (5), uma resolução que pede ao
governo que encerre as atividades de tropas estrangeiras no país.
A
decisão foi tomada dias depois que um ataque dos Estados Unidos matou o segundo
homem mais importante do Irã, o general Qassem Soleimani, em Bagdá.

A
resolução aprovada pelos parlamentares, ao contrário de leis, não obriga o
governo a cumprir o texto, mas foi aprovada a pedido do próprio primeiro-ministro
iraquiano, Adel Abdul Mahdi. Durante a sessão, Mahdi considerou a morte de
Soleimani um “assassinato político”. Milhares de pessoas acompanharam
o velório do general neste domingo (5) no Irã e, no sábado (4), no Iraque.
O
texto pede, ainda, que sejam cancelados quaisquer pedidos de ajuda do Iraque ao
governo dos Estados Unidos. As tropas americanas estão no país a convite de
Bagdá.
Também
neste domingo (5), os EUA, que lideram a coalizão com o Iraque contra o Estado
Islâmico, anunciaram a suspensão da maior parte das operações contra o grupo
terrorista, e, também, dos treinamentos de forças iraquianas que participam do
esforço conjunto.
“O governo se compromete a revogar seu
pedido de assistência da coalizão internacional que luta contra o Estado
Islâmico devido ao fim das operações militares no Iraque e à conquista da
vitória”, diz o texto aprovado no Iraque.

Cerca
de 5,2 mil soldados dos Estados Unidos estão nas bases militares iraquianas
para treinar e apoiar as forças de segurança locais e combater o Estado
Islâmico. Como as tropas estão lá a convite do governo iraquiano, a decisão de
cancelar o pedido de ajuda, teoricamente, as forçaria a sair do país, diz o
“The New York Times”.
Os
soldados americanos já lutaram lado a lado das milícias iraquianas – algumas
delas financiadas pelo Irã – contra o grupo terrorista entre 2014 e 2017. A
perda territorial sofrida pelo Estado Islâmico desde então causou, entretanto,
novas dinâmicas de poder entre Washington e Teerã, com o aumento da tensão
entre os dois nos últimos dois anos.
Mesmo
antes da morte de Soleimani, havia uma pressão crescente vinda das milícias
xiitas e aliados do Irã para que as tropas americanas deixassem o Iraque,
segundo a Deutsche Welle.
Convocação
de embaixador e denúncia à ONU
Ainda
neste domingo (5), o governo do Iraque convocou o embaixador dos Estados Unidos
no país e pediu à ONU que condene o ataque americano. Em nota, afirma que os
bombardeios foram “uma violação flagrante da soberania do Iraque e de
todas as normas internacionais que regulam as relações entre países e proíbem o
uso de seus territórios para executar ataques em países vizinhos
“.
Papa e
líderes mundiais pedem comedimento

Mais
cedo, o Papa Francisco pediu comedimento nas ações na região. “Peço a
todos os lados que mantenham a chama do diálogo e do comedimento e afastem a
sombra da hostilidade”, disse o pontífice. “A guerra só traz morte e
destruição.”
O
pedido ecoou o feito por líderes mundiais no sábado (4), que demonstraram
preocupação com a escalada de tensões no Oriente Médio. Neste domingo, a União
Europeia anunciou que convidou o ministro de Relações Exteriores do Irã,
Mohammed Javad Zarif, a visitar Bruxelas para discutir a situação e o pacto
nuclear firmado com o país em 2015.

1 comentário
  1. Chico Nascimento Diz

    Os Estados Unidos está indo muito além das operações militares autorizadas pelas leis internacionais, isso trará graves consequências ao mundo ocidental…

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