Ocupação Cultural: como será a cultura de Valença atualmente, o que se pode esperar?

Na noite de ontem foi realizado mais um espetáculo do Ponto de cultura Ocupação Cultural comandado pelo artista Adriano Pereira, que como sempre é feito no Centro de Cultura. pode se dizer que foi um espetáculo parecido com os inicias por volta de 2009, teve apresentação de audiovisual, poemas, dramas, danças e musicas, um espetáculo  bonito de ver, inclusive contou com a exposição de artesanatos comandada pelo SIND-ARTES (Sindicato dos artesãos do Baixo Sul, Recôncavo e Vale do Jequiriçá) cuja presidente é Sulvani Nascimento da Luz (Vânia Bahia) e do artista plástico João Pincel que expôs sua arte em madeira, assim como o poeta e escritor Otávio Mota fez o pré-lançamento de seu livro “O tempo e o Caminho” que será lançado oficialmente  no dia 10 de maio no Theatro Municipal.

A mostra de audiovisual foi emocionante; foram apresentados dois vídeos produzidos através dos incentivos federais LPG (Lei Paulo Gustavo) Aldir Blanc (PENAB) o video “Dança que há em mim” do bailarino  Everton Bacella  é uma mostra do ser humano em sofrimento ao enfrentar a Pandemia,  o vídeo “LGBT fobia adoece e mata”, produzido pela ativista cultural e LGBT+ Jhessy Coutinho pelo edital municipal Araken Vaz Galvão da  PENAB, traz uma reflexão profunda sobre o preconceito, a homofobia e a discriminação  que o povo LGBT+ sofre enquanto pessoas. ao final da exibição dos vídeos Jhessy  fez um depoimento chocante sobre sua luta para resistir e existir enquanto mulher lésbica dentro da própria família. Situação essa que se repete em milhares de outros lares e com milhares de outros LGBTs+ e que precisa acabar. O bailarino Everton falou sobre estar desempregado e não encontrar apoio cultural para produzir espetáculos que lhe garanta sobrevivência.   Através dos incentivos federais esses dois artistas  produziram arte de boa qualidade que precisa ser vista e abraçada pela sociedade valenciana, a cultura existe e vale a pena quando seu povo valoriza e colabora com sua existência, parabéns a estes corajosos artistas que fazem valer a pena a existência da luta pela sobrevivência do fazedor de cultura no município, inclusive os empresários devem e podem colaborar apoiando e patrocinando espetáculos de valor  em Valença.

A Ocupação Cultural é um lugar democrático, onde qualquer artista pode mostrar sua arte e ser visto enquanto artista e fazedor de cultura, inclusive a performance “Corpo-Bicho-Terra! – Criada e escrita pelo artista indígena Ybypotyrá Juerana Anté Kren, representando uma poética que inscreve a presença Guerém no território do Baixo Sul da Bahia, foi um show a parte, teve drama representação real e cenário que pode ser transformado em um espetáculo maior e receber apoio dos empresários para sua realização, pois fala com muita grandeza da cultura rural do município.

 

A Ocupação de ontem lembrou os velhos tempos e mostrou que a arte em Valença só cresce e melhora em seus modos de trabalho, o publico que esteve presente, também demonstrou que gosta de arte e comparece quando tem algo bom. Resta aos empresários e poder publico fortalecerem as condições de trabalho dos artistas para que eles possam viver de seus trabalhos, pois cultura não é brincadeira para divertir grandes eventos, mas trabalho sério para garantir a sobrevivência de seus fazedores.

 

Por Irene Dóres

Atriz e jornalista

 

     

 

1 comentário
  1. Juryty Jyquyryça Taru Kren Diz

    A apresentação do indígena YbyPotirá foi marcada pela força ancestral, parabéns pela cobertura das apresentações!

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