Câmara de vereadores isenção no trabalho ou apoio incondicional ao gestor

Na terça feira 1º de abril, parecia mentira, mas não era. Dez dos quinze vereadores de Valença se levantaram para reprovar um pedido de requerimento do vereador de oposição que com o direito que lhe é garantido solicitava informações sobre assuntos administrativos e econômicos do governo. O procedimento padrão soou como se a Câmara fosse a extensão da prefeitura e seus representantes agissem de forma incondicional para proteger o gestor de algo que não pudesse ser revelado. As alegações para a negativas foram até um pouco bizarras, um deles disse que “o secretário vai perder um dia trabalho para organizar esses documentos”, ficou um pouco confuso, vez que a função do secretario é trabalhar atendendo exatamente essas demandas. E não deve haver nada de errado nos relatórios solicitados, até porque o prefeito já declarou por várias vezes em alto e bom tom, “que ele não rouba e nem vai deixar ninguém roubar”, então não dá para entender o medo dos vereadores em aprovar um simples requerimento
O vereador de oposição informou que já fez três requerimentos e os que foram aprovados não foram entregues sob alegações de que falta alguma coisa, com algumas evasivas. Para se entender melhor, a Câmara de Valença só tem dois vereadores para fiscalizar o prefeito, haja vista que os demais são da base e não fariam objeção ao planejamento e execução dos projetos do gestor, é o que a sociedade supõe.
Quanto à negativa da maioria absoluta dos edis em aceitar a fiscalização de um ou dois vereadores da oposição, faz a sociedade acreditar que pode haver algo errado, pois não há motivos para se negar informações públicas a um opositor quando tudo está caminhando certo. O povo nas ruas já pergunta o que está havendo e porque não se pode mostrar informações que são obrigatórias por lei. Essa pergunta só pode ser respondida pelos edis que o próprio povo colocou na Câmara.
Um fato é que ao acabar a negativa ao opositor do gestor, três vereadores se levantaram e foram embora, isso acerca de 1h de sessão, e um deles saiu dizendo “vamos embora para não derrotar mais ainda nosso inimigo”, frase dura, mas, significativa, para aquele homem o opositor é inimigo dos demais.
Mas quem é o vereador para o município? O representante do povo que foi eleito com o compromisso de trabalhar para o povo, mas ao que parece, o povo é o que menos interessa para alguns. E o vereador da oposição vai ser massacrado pelos colegas, recebendo negativas para tudo que propõe ou vai buscar os meios legais para mostrar à sociedade o seu compromisso com ela?