Câmara aprova texto-base da MP que reduz número de ministérios e transfere Coaf para Economia

Deputados discutem no plenário da Câmara durante votação da MP da reforma administrativa — Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Reforma
modificou estrutura do governo ao reduzir de 29 para 22 número de ministérios.
Pelo texto, Conselho de Controle de Atividades Financeiras sai da Justiça e vai
para Economia.
O
plenário da Câmara aprovou nesta quarta-feira (22), por votação simbólica,
texto-base do projeto referente à medida provisória da reforma administrativa,
que estruturou o governo do presidente Jair Bolsonaro e reduziu o número de
ministérios de 29 para 22.
A
proposta aprovada pelos deputados no texto-base mantém o projeto da comissão
mista do Congresso, que transfere do Ministério da Justiça e Segurança Pública
para o Ministério da Economia o Conselho de Controle de Atividades Financeiras
(Coaf), responsável pelo combate a fraudes financeiras e de lavagem de
dinheiro.
Após
a votação do texto-base, deputados apreciaram os destaques (propostas de
alteração do texto). Um desses destaques previa a manutenção do Coaf no
Ministério da Justiça. Mas foi rejeitado por 228 votos a 210 (saiba como votou
cada deputado). A votação representou uma derrota para o Palácio do Planalto e,
especialmente, para o titular da Justiça, ministro Sérgio Moro, que defendia a
manutenção do conselho subordinado à pasta.
Após
assumir a Presidência da República, Jair Bolsonaro retirou o Coaf do extinto
Ministério da Fazenda (atual Ministério da Economia) para o Ministério da
Justiça, mas partidos de oposição e do Centrão pressionaram o governo para que
o órgão ficasse vinculado ao Ministério da Economia.
O
texto que resultar da votação na Câmara ainda terá de passar por votação no
Senado, antes de ser enviado para sanção do presidente da República.
Até
a última atualização desta reportagem, a votação dos destaques não tinha
terminado. Na votação dos destaques, além de rejeitar a manutenção do Coaf no
Ministério da Justiça, os deputados
rejeitaram
a recriação do Ministério da Cultura
mantiveram
a fusão dos antigos ministérios da Integração Nacional e das Cidades no
Ministério do Desenvolvimento Regional
rejeitaram
a recriação do Ministério do Trabalho

Auditores da Receita

Os
parlamentares aprovaram ainda limitar as atividades de auditores da Receita. A
proposta proíbe auditor da Receita Federal de investigar crime que não seja de
ordem fiscal.
Recriação de ministérios

O
projeto aprovado nesta quarta-feira previa o desmembramento do Ministério do
Desenvolvimento Regional com a recriação de duas pastas (Integração Nacional e
Cidades). Mas na votação de um dos destaques, foi mantida a fusão dos dois
ministérios extintos no Ministério do Desenvolvimento Regional.
Funai

Os
deputados retiraram a demarcação de terras indígenas do Ministério da
Agricultura e colocaram sob a guarda da Fundação Nacional do Índio (Funai),
que, pelo projeto, passa a ser vinculada ao Ministério da Justiça.
Pelo
texto da MP, que está hoje em vigor, a Funai está subordinada ao Ministério da
Mulher, da Família e dos Direitos. O projeto aprovado transferiu o órgão para o
Ministério da Justiça.

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