Brigadistas de ONG de Alter do Chão são soltos após decisão da Justiça

Brigadistas deixam a prisão em Santarém, Pará — Foto: Sílvia Vieira/G1
Foram
libertados Daniel Gutierrez Govino, João Victor Romano, Gustavo de Almeida
Fernandes e Marcelo Aron Cwerner, presos desde o dia 26


O
presidente Jair Bolsonaro não se importou com os incêndios na Amazônia e acusou
as ONGS de provocar as queimadas esse ano, com base nessas acusações a policia
civil de Alter prendeu quatro brigadistas
 da ONG “Brigadas de Alter
do Chão” sem nenhuma prova de criminalidade e sem buscar histórico pessoal de
cada brigadista. Parentes e amigos, no entanto, afirmam que todos são inocentes
e apresentam histórico comprovado de preservação ambiental,
 de atividades em
projetos voluntários ou sem fins lucrativos e contestam as acusações da
polícia.
Depois
da luta dos familiares dos presos e da interferência do MPF e do governador Helder
Barbalho, o juiz Alexandre Rizzi, da 1ª Vara da Comarca de Santarém, mandou
soltar os quatro membros da ONG Brigadas de Alter do Chão, que estavam detidos
desde a quarta-feira, 26. Foram libertados Daniel Gutierrez Govino, João Victor
Pereira Romano, Gustavo de Almeida Fernandes e Marcelo Aron Cwerner. Eles são
ligados aos brigadistas de Alter do Chão e ao Instituto Aquífero Alter do Chão
e ao Projeto Saúde e Alegria.

A liberdade
dos membros da ONG já tinha sido solicitada ontem pela defesa, mas havia sido
negada pelo juiz. Nesta quinta-feira (28), o governador do Pará, Helder
Barbalho, anunciou a troca do delegado que cuida do caso. A presidência do
inquérito, que estava a cargo da Polícia Civil de Santarém, agora terá o comando
do diretor da Delegacia Especializada em Meio Ambiente, Waldir Freire.
De
acordo com Barbalho, a mudança é “para que tudo seja esclarecido da
forma mais rápida e transparente possível”.
O governador disse ainda
que “ninguém está acima da lei, mas também ninguém pode ser condenado
antes de esclarecer os fatos”.
O
Ministério Público Federal afirmou que, até o momento, não há provas que
apontem ligação dos membros da ONG aos incêndios ocorridos em setembro na
região. Cerca de 180 entidades ambientalistas e de direitos humanos criticaram
a prisão dos brigadistas por suspeita de ligação com incêndios florestais no
Pará.
A WWF
– organização que, segundo a Polícia Civil, teria sido vítima de desvio de
verba pelo grupo suspeito – condenou “a falta de clareza” sobre a investigação.
Disse ainda repudiar “ataques a seus parceiros e as mentiras envolvendo o seu
nome”.

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