Ainda estou aqui: narrativa de uma era terrível na história recente do Brasil 

 

O filme “Ainda estou aqui” estourado no Brasil, na Europa e América do Norte, com promessa de Oscar e com atuação perfeita das Fernanda, Torres e Montenegro, mostra de forma nua e crua a maldade, a crueldade e o genocídio cometido contra pessoas que ousaram pensar diferente do regime ditatorial instaurado em 1964 pela mesma direita estúpida que tentou dar um golpe de Estado em 2023 com abolição violenta da democracia e cassação dos direitos civis da sociedade.

A história do ex-deputado e engenheiro civil bem sucedido, Rubens Paiva é contada pelo olhar de seu único filho homem, Marcelo Rubens Paiva e revela ao Brasil e ao mundo os horrores pelos quais sua família passou a partir de 1971 após o assassinato do seu pai pela polícia e o exército da Ditadura Militar. O Brasil também ficou sabendo da prisão de sua mãe Eunice Paiva e de sua irmã de apenas 15 anos Eliana Paiva

A perversidade do regime ditatorial militar era tão grande que matava e jogava os corpos com pedras amarradas ao pescoço no mar na região da restinga do Rio de Janeiro e as famílias jamais encontraram os corpos, no caso de Rubens Paiva, a falta de um corpo, colocou a família em situação super difícil pois a viúva não pôde mexer em dinheiro, na empresa em nada, e teve que se desfazer do que pode para criar os 5 filhos até 1996 quando ele foi declarado morto.

O filme “Ainda estou aqui” narra a trajetória de uma viúva da ditadura e sua luta pela sobrevivência e para criar seus filhos de forma digna; mostra como eram invadidas as residências de quem o regime acreditava ser esquerdista e a desumanidade praticada pelos militares, no caso das prisões e torturas chega a lembrar o nazismo com a prática de mortes por prazer pelos agentes do exército.

Para quem quer saber mais sobre história do Brasil e sobre as práticas da Ditadura militar, o filme é uma aula ministrada com muita competência pelo diretor Walter Salles com a as interpretações primorosas e irretocáveis da Fernanda Torres e de sua mãe Fernanda Montenegro. O filme e a atriz merecem todos os

prêmios.

 

 

 

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