A Saga de uma Coligação de Valença: A Comédia dos Erros Políticos

Valença, testemunhou ontem um espetáculo digno de Shakespeare, mas com um toque de novela mexicana. A convenção de uma coligação que se propõe a “resgatar” a cidade das mazelas do presente, transformou-se em uma tragicomédia que nem os roteiristas mais criativos conseguiriam conceber. Com a cabeça de chapa definida, restava apenas anunciar o candidato(a) a vice-prefeito(a). Tarefa simples, certo? Ledo engano.
A coligação, um conglomerado de interesses diversos e desorganizados, falhou miseravelmente na condução do processo de escolha do(a) vice. Sábado, após uma votação acalorada, um nome emergiu como o escolhido. Mas, em um enredo digno de Kafka, a convenção de ontem simplesmente ignorou o resultado, deixando todos – inclusive o próprio escolhido – em uma nebulosa de incerteza. Não sabemos se rimos ou choramos com tamanha desordem.
A convenção parecia mais um show de horrores do que uma reunião política. Personalidade políticas que nem são da cidade interferindo vergonhosamente, indicando que a coligação de Valença não passa de uma marionete nas mãos de forças externas. É uma velha política das intervenções nefastas, um jogo de poder em que Valença é apenas um tabuleiro.
O candidato a prefeito, um político desgastado com práticas de gestão e políticas que cheira a naftalina, é o rosto dessa tragédia. Representando tudo o que há de ultrapassado na política, liderou uma coligação que nem sequer conseguiu decidir quem será seu vice. É risível – e ao mesmo tempo trágico – pensar que um grupo tão desorganizado pretende governar uma cidade repleta de desafios.
As divergências são apenas a ponta do iceberg. A incapacidade de chegar a um consenso sobre um vice-prefeito revela uma profunda falta de coesão e visão de futuro. Como podemos liderar Valença se não conseguirmos liderar nem a si mesmos? É como assistir a um grupo de marinheiros tentando conduzir um navio sem leme, cada um permanecendo para um lado diferente.
A cidade de Valença merece mais do que essa política atrapalhada. Merece líderes que entendam seus problemas e que estejam comprometidos com soluções reais, e não com a perpetuação de práticas arcaicas e desastrosas. A convenção de hoje foi um alerta – uma amostra do que espera a cidade caso essa coligação chegue ao poder.
Assim, fica a pergunta: se não conseguem resolver a simples escolha de um vice-prefeito, como pretendem resolver os problemas complexos de Valença? A resposta, meus caros leitores, parece clara. Não há ironia em suavizar a dura realidade de uma cidade nas mãos de líderes tão flagrantemente ineptos. Que a saga dessa coligação de Valença sirva de lição para todos nós – de como não se deve fazer política. E, para os cidadãos valencianos, fica o desafio de buscar e apoiar alternativas que realmente estejam à altura dos desafios e das esperanças da cidade.
Ass. O Observador