Bolsonaro faz apologia à ignorância, afirmam historiadoras no jornal Le Monde


O
presidente Jair Bolsonaro se encontra em viagem por um dos países mais
culturais do mundo, a Ìndia, e os jornais mais influentes do mundo como o Le
Monde que chegou às bancas na tarde desta segunda-feira (27) traz um texto de
meia página criticando a política cultural em vigor atualmente Brasil. Assinado
por duas historiadoras francesas e uma brasileira, o artigo questiona as ações
do presidente. As informações são da Uol notícias.
presidente Jair Bolsonaro se encontra em viagem por um dos países mais
culturais do mundo, a Ìndia, e os jornais mais influentes do mundo como o Le
Monde que chegou às bancas na tarde desta segunda-feira (27) traz um texto de
meia página criticando a política cultural em vigor atualmente Brasil. Assinado
por duas historiadoras francesas e uma brasileira, o artigo questiona as ações
do presidente. As informações são da Uol notícias.
“Censura,
intimidações, asfixia orçamentária, calúnias e injúrias constituem há um ano o
repertorio de ações de um poder que faz abertamente apologia à
ignorância”, lançam Anaïs Fléchet, da Universidade Paris-Saclay, Juliette
Dumont, do Instituto de Altos Estudos da América Latina, e Silvia Capanema, da
Universidade Paris 8. Elas dão como exemplo “a tentativa de censura”
do Porta dos Fundos e o “desmantelamento” da Fundação Casa Rui
Barbosa.
intimidações, asfixia orçamentária, calúnias e injúrias constituem há um ano o
repertorio de ações de um poder que faz abertamente apologia à
ignorância”, lançam Anaïs Fléchet, da Universidade Paris-Saclay, Juliette
Dumont, do Instituto de Altos Estudos da América Latina, e Silvia Capanema, da
Universidade Paris 8. Elas dão como exemplo “a tentativa de censura”
do Porta dos Fundos e o “desmantelamento” da Fundação Casa Rui
Barbosa.
“Se
engana quem pensa que isso é apenas uma manifestação dos excessos do ‘Trump
Tropical’ ou dos membros de seu governo. Trata-se de uma verdadeira cruzada
lançada por Bolsonaro e seus apoiadores”, continuam, lembrando a luta
contra o que é chamado pelos próximos do governo de ‘marxismo cultural’ foi um
dos elementos centrais do programa de campanha do presidente e continuam sendo
um dos pontos principais do discurso do atual chefe de Estado
engana quem pensa que isso é apenas uma manifestação dos excessos do ‘Trump
Tropical’ ou dos membros de seu governo. Trata-se de uma verdadeira cruzada
lançada por Bolsonaro e seus apoiadores”, continuam, lembrando a luta
contra o que é chamado pelos próximos do governo de ‘marxismo cultural’ foi um
dos elementos centrais do programa de campanha do presidente e continuam sendo
um dos pontos principais do discurso do atual chefe de Estado
“Ofensiva
ideológica
ideológica
As
historiadoras explicam aos leitores franceses que essa “ofensiva
ideológica”, que elas também chamam de “guerra cultural”, começou
com a extinção do ministério da Cultura, seguido de cortes orçamentários
drásticos colocados em prática “em nome de uma ortodoxia neoliberal”.
Elas citam em seguida a revisão da Lei Rouanet e as reduções do mecenato de
empresas públicas, que “já fragilizam o setor e deverão se sentir ainda
mais em 2020”.
historiadoras explicam aos leitores franceses que essa “ofensiva
ideológica”, que elas também chamam de “guerra cultural”, começou
com a extinção do ministério da Cultura, seguido de cortes orçamentários
drásticos colocados em prática “em nome de uma ortodoxia neoliberal”.
Elas citam em seguida a revisão da Lei Rouanet e as reduções do mecenato de
empresas públicas, que “já fragilizam o setor e deverão se sentir ainda
mais em 2020”.
Segundo
as signatárias, a estratégia do governo, “baseada em argumentos
econômicos”, tem como alvo, entre outros, o cinema nacional, apesar do
sucesso de filmes como Bacurau e A Vida Invisível, premiados pelo mundo. As
medidas também visam o setor de espetáculos, com a censura de obras que tratam
de temas como ditadura, sexo ou questão de gênero.
as signatárias, a estratégia do governo, “baseada em argumentos
econômicos”, tem como alvo, entre outros, o cinema nacional, apesar do
sucesso de filmes como Bacurau e A Vida Invisível, premiados pelo mundo. As
medidas também visam o setor de espetáculos, com a censura de obras que tratam
de temas como ditadura, sexo ou questão de gênero.
Cultura
resiste, apesar do recuo da democracia.
resiste, apesar do recuo da democracia.
O
texto ainda enumera as nomeações recentes feitas pelo governo, que escolhe
personalidades compatíveis com sua ideologia. Como exemplo, o artigo lembra as
polêmicas recentes protagonizadas por nomes como Sergio Camargo, que quase
dirigiu a Fundação Palmares, mesmo tendo apresentado a escravidão como algo
“benéfico” para os descendentes de escravos, ou ainda Roberto Alvim,
retirado do cargo de secretário da Cultura após ter parafraseado o chefe da
propaganda nazista em um discurso.
texto ainda enumera as nomeações recentes feitas pelo governo, que escolhe
personalidades compatíveis com sua ideologia. Como exemplo, o artigo lembra as
polêmicas recentes protagonizadas por nomes como Sergio Camargo, que quase
dirigiu a Fundação Palmares, mesmo tendo apresentado a escravidão como algo
“benéfico” para os descendentes de escravos, ou ainda Roberto Alvim,
retirado do cargo de secretário da Cultura após ter parafraseado o chefe da
propaganda nazista em um discurso.
Apesar
disso, ponderam as historiadoras, “a cultura brasileira resiste”.
Segundo elas, “nesses tempos de crise e de recuo da democracia, a criação
impressiona por sua vitalidade e seu poder de transgressão”. Prova disso,
apontam, é a indicação do filme Democracia em Vertigem para o Oscar de melhor
documentário. Mas o artigo termina questionando: até quando essa resistência
vai aguentar?
disso, ponderam as historiadoras, “a cultura brasileira resiste”.
Segundo elas, “nesses tempos de crise e de recuo da democracia, a criação
impressiona por sua vitalidade e seu poder de transgressão”. Prova disso,
apontam, é a indicação do filme Democracia em Vertigem para o Oscar de melhor
documentário. Mas o artigo termina questionando: até quando essa resistência
vai aguentar?
Só a imprensa internacional tem coragem de divulgar as merdas desse verme