VALENÇA: UMA VITÓRIA MORAL E UMA CÂMARA SEM MULHERES

 

Nos
dias hoje se fala muito em amizade, compreensão, sororidade, luta pelo
fortalecimento da mulher, mas nessa campanha política foi visto muito ao
contrário. Mulher maldizendo mulher, preconceito e ódio contra suas pares, e
esse pensamento se disseminou com tanta força que até a Câmara de vereadores
foi prejudicada. Voltamos aos anos de 1920 quando a mulher não tinha direito a
nada, mas dessa vez a sentença foi aplicada pelas próprias mulheres que pedem
consideração, mas não consideram suas iguais, podemos até chamá-las de mulheres
machistas. Aquelas que não acreditam nas suas iguais.

A
principal mulher a sofrer com esse pensamento foi a candidata Jucélia que
sofreu ataques, perseguições, e teve  o
eleitorado confundido a todo momento com várias formas de Fake News, enfim,
lutou como uma mulher contra uma maioria masculina e precisou apanhar muito
para ser derrotada, inclusive, com a migração dos votos de um prefeito totalmente
abatido, não pelo seu trabalho como um todo, mas pelo seu comportamento moral em
uma sociedade totalmente moralista assim como  pelo não cumprimento de algumas promessas de
campanha, aquelas fantasiosas que o povo levou a sério, no caso dele,  os seus votos foram transferidos para o
candidato do consórcio.

Na
disputa eleitoral da candidata contra o consórcio, o boom dos empresários fala
mais alto em qualquer situação. A candidata não teve foi o dinheiro para
investir nos eleitores, lhes proporcionando bondades de um único dia. Contudo,
ela deu o seu melhor juntamente com seu parceiro de chapa e recebeu o seu
melhor, marcou sua caminhada com honestidade e seriedade, não loteou
prefeitura, não prometeu nada em troca de votos, não fez acordo que manchasse
sua caminhada como pessoa, apenas trabalhou.

Seguindo
a máxima da perseguição para a candidata majoritária, sobrou discriminação
também para as candidatas a vereadoras que não tiveram a chance de trabalhar
por Valença, pois suas iguais não acreditaram nos seus potenciais e escantearam
as mulheres candidatas como se elas não existissem. Em um município com 100 mil
habitantes nenhuma mulher foi eleita para vereadora e a única candidata a prefeita
foi perseguida, principalmente pelo diretor do consórcio por ela não ter se
dobrado a ele quando a quis dominar.

Parece
que estamos chegando a uma era trevosa, onde o “dono” do município deseja governar
ad eternum mesmo sem mandato formal, e segundo seus ditames quem
quer que seja eleito. E as mulheres, essas   voltaram a acreditar que só o homem tem
capacidade para legislar. O resultado dessa discriminação é uma Câmara totalmente
masculina, onde só terá mulheres para servir cafezinhos.

 

 

 

 

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