Por que Toffoli parou investigação de Flávio? um pequeno resumo


AFP

A
decisão do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli,
de interromper investigações que utilizaram dados detalhados de inteligência
financeira sem autorização judicial provocou repercussão nas redes sociais e
motivou críticas de integrantes do Ministério Público Federal –principal
atingido pela liminar. A força-tarefa da Lava Jato do Rio definiu a decisão
como um “retrocesso sem tamanho” e disse que ela suspenderá
investigações de lavagem de dinheiro.

 A decisão ocorreu depois de pedido da defesa
do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Ele é alvo de investigação do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) que
aque apura suspeita de prática de “rachadinha” em seu gabinete quando
era deputado estadual na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio). O senador nega
irregularidades e diz ser alvo de perseguição
Em
oito páginas, Toffoli detalhou as alegações da defesa de Flávio que o fizeram
tomar a decisão na segunda-feira (15).

Por
que Toffoli paralisou as investigação?

O
presidente do STF argumentou na decisão que era preciso paralisar inquéritos,
PICs (procedimentos de investigação criminal) e ações penais que utilizem
informações de inteligência financeira –obtidas de órgãos como Receita
Federal, Banco Central e o Coaf (Conselho de Controle de Atividades
Financeiras), órgão subordinado ao Ministério da Economia– sem prévia
supervisão e autorização judicial. Isto porque, como o STF ainda definirá qual
é a extensão dos dados que podem ser repassados por esses órgãos sem uma
permissão da Justiça, “impede-se que a multiplicação de decisões
divergentes ao apreciar o mesmo assunto”. O ministro também assinala que
“a providência também é salutar à segurança jurídica”, evitando o
prosseguimento de investigações que possam ser anuladas por conta da decisão do
plenário da Corte, marcada para novembro. A defesa de Flávio afirma na petição
que o MP-RJ usou o Coaf para “criar um atalho e se furtar ao controle do
Poder Judiciário”. Isso porque, na visão dos advogados do senador, as
informações solicitadas pelos promotores extrapolam aquilo que o Coaf poderia
informar e configuram quebra de sigilo bancário

 A decisão de Toffoli pode ser revista?

Sim.
A decisão tomada pelo presidente do STF durante o recesso do Judiciário tem
caráter provisório e foi provocada por uma petição da defesa de Flávio
Bolsonaro em um processo que discute as diretrizes para as informações de
órgãos de inteligência financeira desde 2017.

 O plenário do Supremo irá decidir o mérito da
questão, que tem repercussão geral, em sessão no dia 22 de novembro, segundo o
calendário divulgado pela Corte

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