Mortes na fila por um leito de UTI, falta de insumos e funerárias sem férias

 

                           Os sinais do colapso já se instalaram na saúde brasileira  

Segundo
a Fiocruz, o país passa pela sua maior crise sanitária e hospitalar da
história.


O
Brasil dá sinais de um colapso em seu sistema de saúde. Mais que isso: segundo
a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o país passa pela maior crise sanitária e
hospitalar da história
.

Pacientes
morrem na fila à espera de um leito de UTI, hospitais alertam para a falta de
insumos e até mesmo as funerárias falam em cancelar as férias de funcionários.

“O
Brasil já colapsou”, afirma em entrevista ao G1 Gonzalo Vecina, médico
sanitarista e professor da Faculdade de Saúde Pública da USP
.

 

Leitos
de UTI

 Em São
Paulo, estado que tem a maior estrutura hospitalar do país, antes do fim de
março, morreram pelo menos 135 pessoas à espera de uma vaga na UTI.

Entre
as vítimas, há um menino de três anos e uma jovem de 25, no interior do estado.
Mas as cidades com maior registro de mortes na fila da UTI estão na Grande São
Paulo.

Profissional de saúde
trata paciente com Covid em UTI do Hospital São Paulo, em São Paulo, no dia 17
de março — Foto: Amanda Perobelli/Reuters/Arquivo


No
Paraná, o número foi ainda maior: foram 500 mortos aguardando a disponibilidade
de leitos de UTI e enfermaria, segundo o governo do estado. Até sexta-feira
(19), 1.196 paranaenses aguardavam por uma vaga.

“Nós
vamos ter diferentes situações no Brasil”, diz Vecina. “Alguns vão
conseguir controlar, outros não. Sem isolamento, a única saída seria aumentar o
número de leitos, mas é muito difícil acertar a demanda.”

Professor
da Universidade de Duke (EUA), o neurocientista Miguel Nicolelis disse em
entrevista ao jornal “O Globo” que, antes de se esgotar, uma taxa de
ocupação de 90% dos leitos de UTI já é preocupante.

“Só
na logística para achar o leito e transferir, as pessoas vão morrer. O Brasil
inteiro colapsou”, disse Nicolelis.


 

Fonte:
G1

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