Governo Bolsonaro exonera chefe do Inep nomeada por Temer


Bolsonaro exonerou  a chefe do INEP para colocar alguém que permita que ele mude as questões de provas e as coloque de acordo com o conhecimento dele. Censura às provas do ENEM aprovada, ignorância garantida, a queda no nível de aprovação com certeza será terrível

Maria Inês Fini, ex-presidente do Inep — Foto: André Nery/MEC




Maria Fini
estava no cargo desde 2016, e Bolsonaro já havia dito que trocaria comando do
órgão responsável pelo Enem. Presidente também disse que acessará prova antes
da aplicação.
A presidente do
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Estatísticas Anísio Teixeira (Inep),
Maria Inês Fini, foi exonerada nesta segunda-feira (14).
A exoneração foi
publicada no “Diário Oficial da União” e é assinada pelo ministro da
Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
No cargo desde
maio de 2016, Maria Inês foi nomeada pelo então presidente Michel Temer, e o
presidente Jair Bolsonaro já havia dito, ainda no ano passado, que trocaria o
comando do órgão.
Vinculado ao
Ministério da Educação, o Inep é o órgão responsável pelo Exame Nacional do
Ensino Médio (Enem).
Em novembro, já
como presidente eleito, Bolsonaro afirmou que, a partir deste ano, ele terá
acesso ao conteúdo da prova do Enem antes de o exame ser aplicado.
Na ocasião,
Bolsonaro disse ter tomado a decisão porque o Enem de 2018 abordou o
“pajubá”, conjunto de expressões associadas aos gays e aos travestis.
“Esta prova
do Enem – vão falar que eu estou implicando, pelo amor de Deus –, este tema da
linguagem particular daquelas pessoas, o que temos a ver com isso, meu Deus do
céu? Quando a gente vai ver a tradução daquelas palavras, um absurdo, um
absurdo! Vai obrigar a molecada a se interessar por isso agora para o Enem do
ano que vem?”, indagou Bolsonaro na ocasião.
“Podem ter
certeza e ficar tranquilos. Não vai ter questão desta forma ano que vem, porque
nós vamos tomar conhecimento da prova antes. Não vai ter isso daí”,
acrescentou.
Uma semana antes
das declarações de Bolsonaro, Maria Inês Fini afirmou em entrevista ao G1 que o
Enem “não é deste ou daquele governo”, mas, sim, “do
Brasil”.

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