Diretor demitido do Inpe diz que não conseguia falar com Ibama para alertar sobre desmatamento

Ricardo Galvão será exonerado da direção do Inpe: em reunião com Marcos Pontes, o físico relatou que dados sobre desmatamento eram contestados e que não conseguia interlocução com Ibama Foto: Lucas Lacaz Ruiz/A13/Agência O Globo

Instituto
criticado por Bolsonaro emite alertas em tempo real para que fiscais possam
agir.


RIO
— Na manhã de ontem, o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais , o
físico Ricardo Galvão , entrou no gabinete de Marcos Pontes , ministro de
Ciência e Tecnologia ( MCTIC ), decidido a não deixar seu posto. Uma hora
depois, saiu da sala com o recado de que será exonerado . A decisão marcou o
final do cabo de guerra que disputou contra o presidente Jair Bolsonaro e
outros titulares da Esplanada dos Ministérios, como Ricardo Salles ( Meio
Ambiente ), que contestam os alertas sobre o avanço do desmatamento divulgados
pela instituição.
Para
explicar as polêmicas que levaram ao confronto direto com o Palácio do
Planalto, Galvão lembrou críticas a seu trabalho que brotaram logo nos
primeiros dias de governo em outro endereço — o Ministério do Meio Ambiente (
MMA ). Segundo o físico, Salles foi constantemente crítico às medições de
desmatamento, mas nunca o procurou para discutir o tema. Enquanto isso, Galvão
diz que desde janeiro é difícil a comunicação do instituto com o Ibama , órgão
subordinado a Salles que deveria combater os focos de devastação mapeados pelo
Inpe .
Procurados
pelo O Globo, o MMA e o Ibama não responderam.

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