Daniel Silveira: ‘Fui boi de piranha’

 

O deputado
Daniel Silveira, preso por crime contra o STF e a Democracia se sente usado
pelo sistema ultradireitista que segundo ele, o abandonou depois de ele manifestar
os pensamentos dos pares usando de sua condição de parlamentar. As informações
são do Jornal O Globo.

Mantido
preso por 364 votos, deputado, que se diz ‘em Guantánamo’, reclamou de
parlamentares que ratificaram sua detenção na semana passada e, ontem,
aprovaram “às pressas” texto que barraria sua prisão

O
deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) reclamou de parlamentares da base do
governo de Jair Bolsonaro que na semana passada votaram pela sua prisão e,
ontem, pela aprovação da admissibilidade da chamada PEC da Imunidade — passo
inicial para que o texto seja analisado no mérito. A redação, se já estivesse
em vigor, impediria sua prisão, determinada na semana passada pelo Supremo
Tribunal Federal (STF). A reclamação é direcionada principalmente a deputados
do Centrão, grupo que tem conquistado cada vez mais espaço no Planalto.

Segundo
interlocutores que o visitaram na prisão, Silveira, que se sente abandonado,
afirmou que foi usado como “boi de piranha” para apaziguar a relação entre
Congresso e STF. Para Silveira, foi incoerente o plenário da Câmara decidir por
364 votos mantê-lo preso e, na semana seguinte, aprovar “às pressas” por 304
votos as mudanças na Constituição que o protegeriam. Ele avalia que a Câmara,
que conta com 513 deputados, estaria atuando para se proteger, mas não para
protegê-lo.

Silveira
também se mostrou desesperançoso com a possibilidade de conseguir algum habeas
corpus para deixar a prisão. De acordo com ele, como Câmara e STF já
consideraram sua prisão legal, não há nenhum aspecto jurídico que possa ser
usado por sua defesa. Hoje, a principal esperança demonstrada pelo deputado é
de que sua prisão seja transformada em domiciliar.

 

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