Bolsonaro: Guedes está certo ao falar em ‘catástrofe’ se reforma não andar e ‘não é obrigado a continuar como ministro’

Presidente Jair Bolsonaro Foto: Adriano Machado / Reuters
‘Ele
está no direito dele’, diz o presidente sobre declarações do ministro
RECIFE
– O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira que o ministro da
Economia, Paulo Guedes, está “no direito dele” e não é obrigado a
continuar no governo, depois de ele declarar que deixará o cargo  caso a reforma da Previdência apresentada
pelo governo vire uma “reforminha”. O comentário de Guedes ocorreu em
entrevista publicada no site da revista Veja nesta sexta-feira.

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Ele está no direito dele. Ninguém é obrigado a continuar como ministro meu.
Logicamente, ele está vendo uma catástrofe. E é verdade. Concordo com ele. Se
nós não aprovarmos uma reforma realmente muito próxima da que nós enviamos para
o Parlamento — declarou Bolsonaro, no Recife, após reunião com governadores do
Nordeste e de Minas Gerais.
Bolsonaro
aproveitou uma reunião com governadores do Nordeste, no Recife, para fazer um
apelo pela aprovação da reforma da Previdência no Congresso.

O
presidente afirmou ainda que Guedes “não é nenhum vidente, mas não precisa
ser para entender que o Brasil vai viver um caos econômico sem a aprovação
dessa reforma”.

  Se não fizermos a reforma, o Brasil pega
fogo. Vai ser o caos no setor público, tanto no governo federal como nos
estados e municípios. Pego um avião e vou morar lá fora. Já tenho idade para me
aposentar — disse o ministro, segundo a reportagem da Veja.
Segundo
a revista, Guedes disse ainda que não é irresponsável e que poderia sair do
governo caso seja aprovado o texto com uma economia muito menor do que o
estimado de R$ 1 trilhão em dez anos.

– Eu não sou irresponsável. Eu não sou
inconsequente. Ah, não aprovou a reforma, vou embora no dia seguinte. Não
existe isso. Agora, posso perfeitamente dizer assim: ‘Olha, já fiz o que tinha
de ter sido feito. Não estou com vontade de ficar, vou dar uns meses,
justamente para não criar problemas, mas não dá para permanecer no cargo. Se só
eu quero a reforma, vou embora para casa. Se eu sentir que o presidente não
quer a reforma, a mídia está a fim só de bagunçar, a oposição quer tumultuar,
explodir e correr o risco de ter um confronto sério aí pego o avião e vou morar
lá fora.
Ainda
de acordo com a publicação, Guedes afirmou que o presidente Jair Bolsonaro está
totalmente empenhado em aprovar a reforma nos moldes em que o projeto foi
enviado pelo governo ao Congresso.
Ele
reconhece que há uma margem de negociação, que pode no máximo ir a R$ 800
bilhões, e destacou ainda que a reforma previdenciária não está sendo
apresentada apenas para equilibrar as contas públicas, mas que também se propõe
a corrigir enormes desigualdades, de acordo com a revista.

O ministro reafirmou
sua confiança nas convicções de Bolsonaro, e acredita em uma união política em
torno da agenda econômica do governo.


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